Racismo contra times brasileiros marca partidas de futebol
Publicado em 30/05/2022 - 10:15 Por Marco Antonio Rodrigues de OliveiraUma série de
atos racistas vêm marcando as partidas de futebol. Na última quarta-feira, 25, a Sul-Americana
registrou mais um caso, dessa vez, contra a torcida do Ceará. Um torcedor do
time argentino Indepediente imitou um macaco após a derrota argentina por 2 a 0
no estádio Libertadores da América.
Em nota o Ceará afirmou que “o Ceará
Sporting Club repudia os atos de alguns torcedores do Indepediente e reafirma
que atos como os ocorridos no Estádio Libertadores de América devem ser
excluídos não somente do ambiente do futebol, mas de nossa sociedade como um
todo.” Além disso, disse que cobrará medidas à Conmebol, e que notificará o
time argentino.
Antes da ocasião, outro torcedor argentino já havia sido flagrado também imitando um macaco em outro jogo, em
uma partida entre Boca Juniors e Corinthians no estádio da Bombonera, em Buenos
Aires. O ocorrido levou o presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves e a
Federação Paulista de Futebol (FPF) a enviarem dois ofícios para a Conmebol,
onde cobravam punições ao Boca Juniors.
O vídeo foi amplamente compartilhado
nas redes sociais junto com mensagens de indignação e revolta, onde os
internautas também cobravam medidas mais duras e punições mais severas para
aqueles que cometem atos de racismo.
Casos como esses têm sido comuns, de
acordo com o diagnóstico do Observatório Racial de Futebol, apenas nos cinco
meses incompletos de 2022, já foram contabilizados 33 casos de racismo
envolvendo o futebol brasileiro. O observatório também mostrou que os dados de
racismo no futebol sul-americano podem quebrar o recorde neste ano. Em 2019 foram registrados 70
casos em todo o ano.
De acordo com a Conmebol, a última
denúncia já é a sétima
aberta pela Comissão Disciplinar da Conmebol contra clubes sul-americanos. Entre as medidas para conter o
racismo, a confederação anunciou no início deste mês que os clubes envolvidos
pagarão uma multa maior, agora de no mínimo US$ 100 mil, o que equivale e R$500
mil. No entanto, entre os três processos com penas já definidas, o último deles
determinou US$ 30 mil ao Emelec em uma partida contra o Palmeiras no mês de
abril.
Legislação
Foi aprovado no último dia 18 no
Senado um projeto de lei (PL) que cria um tipo penal dentro do crime de injúria
racial, praticadas em locais públicos ou privados abertos ao público e de uso
coletivo.
Tipificando a Lei do Racismo (Lei nº
7.716, de 5 de janeiro de 1989), o projeto, que comtempla também o âmbito
esportivo, voltará a Câmara para nova análise após mudanças no texto.
A pena poderá ser de dois a cinco
anos de reclusão, além de multa.