Por que escolhi Mindfulness
Publicado em 13/12/2022 - 00:09 Por Letícia LagoaComeço esse texto falando de uma prática simples (e que nos mantém vivos): o Mindfulness da respiração. É apenas um exercício que deveria fluir naturalmente, mas para quem sofre de dor crônica ou ansiedade, “parar” para prestar atenção na respiração, mesmo que seja por alguns segundos, pode ser um martírio.
A palavra Mindfulness, traduzida do inglês para o português, significa atenção plena. Apesar de difícil pronúncia, está cada vez mais falada no Brasil. E não poderia ser diferente. Afinal, em um país onde os números de casos de ansiedade e depressão são expressivos, os cuidados com a saúde física e mental passaram a ser prioridade na vida de muita gente.
Acabamos deixando de lado as funções naturais do próprio corpo em meio a uma sociedade ocidental que opera no modo “piloto automático”. Tanto que, atualmente, muitos de nós, procuramos por cursos para reaprender a respirar, caminhar, mastigar, relaxar e até espreguiçar!
Se respirar é a primeira fonte de contato com nós mesmos - e desaprendemos a sentir/perceber - então o que fazer? Os estudos sobre Mindfulness tocam profundamente na importância desse mecanismo. A respiração é a âncora da meditação por excelência. É uma das técnicas mais conhecidas e realizadas para promover bem-estar, sensação de paz e equilíbrio.
Felizmente, nos últimos anos, a ciência tem comprovado a eficácia das práticas de relaxamento para a redução de estresse e sintomas de várias doenças crônicas. Estudos afirmam que a maioria dos nossos pensamentos é recorrente e negativo. E para libertarmos dessa dinâmica que causa sofrimento, a meditação é uma das ferramentas que se mostram mais eficazes porque nos faz prestar atenção no momento presente em uma atitude compassiva, sem julgamentos e distrações.
O Mindfulness nos convida a transformar a maneira de nos relacionarmos com as emoções e sentimentos, com a dor e o sofrimento, com o desconforto e, basicamente, despertando para a consciência do momento presente, mantendo a aceitação. É um passo-a-passo para ajudar a criar a nossa própria rotina de atenção plena por meio de diários, práticas simples e muito poderosas.
Uma das ferramentas mais interessantes (e libertadoras) da metodologia é dizer “oi, obrigada e tchau” para os pensamentos. Pelo menos para mim, foi uma virada de chave para gerenciar meus diálogos internos. Entendo que posso aceitá-los, porém, fazendo com que desapareçam antes mesmo de refletirem negativamente no meu corpo.
A construção da atenção plena também se dá na compaixão, no contentamento com você mesmo. Fazer votos de bondade e amor, sem julgamentos ou culpa, é um feliz aprendizado. Ademais, estender o comando a outras pessoas, sobretudo aquelas que nos aborrecem, parece fazer todo o sentido no final.
Aprendi ainda que podemos dormir melhor ao fazer um escaneamento corporal, levando a consciência para as regiões dos pés à cabeça, notando qualquer sensação, sem diferenciar o certo do errado, apenas observando. E se a mente divagar, posso trazê-la de volta com carinho, quantas vezes forem necessárias.
Sentir o cheiro, o calor e o sabor do café, comer uva-passa, tomar um banho usufruindo das sensações da pele, alongar e fazer Hatha Yoga também entram nas práticas que proporcionam o “aqui e agora”. Por isso, quanto mais tempo no dia você passar focado, mais sensação de bem-estar terá, segundo as pesquisas.
Claro que não é todo mundo que consegue desacelerar, mas é importante começar a treinar para isso. Agora você já sabe que as preocupações e medos em relação ao passado e futuro, que adoecem a nossa mente, podem ser aliviados e prevenidos com a ajuda de práticas meditativas.
Outro ponto interessante é que a técnica te ajuda a atribuir uma pontuação para avaliar as dificuldades e benefícios da prática Mindfulness. No fim das contas, você vai tirar as próprias conclusões e fará a escolha certa.
Sim, o nosso bem-estar merece atenção plena!
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