Memórias Da Corrida
Publicado em 10/12/2020 - 22:43 Por Nilson Lima - Artigo editado em 11/12/2020 - 04:08
Se quiser mesmo alcançar os benefícios da corrida e viver uma outra vida, encare-a com disciplina militar ou esqueça dela.
Tem gente que cansa só de pensar em levantar da cama, outros se esforçam para fazer algum exercício. Muitos começam a caminhar e logo chegam aos 5 quilômetros e daí para os 10k é um “pulo”. A zona de conforto de muitos, são os 21 quilômetros da meia maratona. A partir daí esta escalada se afunila, com a desejada e épica maratona que não para de crescer. Tem ainda no topo da pirâmide as insanas ultramaratonas, que são qualquer prova acima de 42k.
Já passei por todas estas fases: da preguiça de sair da cama, a necessidade de dar os primeiros passos. Da conquista dos benefícios da corrida, ao desumano desafio das ultras. Mas, meu fascínio é pela desafiadora maratona. Sinto que ela me oferta muito mais do que o simples ato de correr. Vou atrás daquelas com visual bacana, que larga de um ponto do mundo e chega a outro. Que ficará eternizada em minha memória. Foi assim, com a Maratona de Victória Falls, no Zimbabwe, continente africano. No km 23, a prova foi interrompida para que passassem uma família de elefantes em nossa frente, um momento inesquecível.

Também já corri centrado nas profundezas do próprio espírito, rodando numa pista de 400 metros, horas sem fim. Sem exagero na força de expressão, mas foi dia e noite, sem parar em uma ultramaratona de 24 Horas. Ninguém preciso ser maratonista para se exercitar, mas se você é daquelas pessoas que esperam a visita da disposição para começar a correr, desista. Ela jamais virá.

Disposição para sair da cama todos os dias e sair correndo nenhum mortal tem. Se quiser mesmo alcançar os benefícios da corrida e viver uma outra vida, encare-a com disciplina militar ou esqueça dela. Na base do “quando der, eu faço”, nunca dará. Crie coragem e experimente dar os primeiros passos, pois o que virá depois só você saberá contar. Foi assim, comigo.
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