Publicado em 20/10/2020 - 19:05 Por Nilson Lima
- Artigo editado em 05/02/2021 - 14:42
Créditos da imagem: Imagem web
Não sei até aonde posso ir, mas a corrida me transformou e faz o meu presente ficar cada vez mais presente ainda.
Com o relógio biológico acelerando a passos largos, descobri que terei menos tempo pra viver daqui para frente do que já
vivi até agora. Mas, pra mim, pouco importa se tenho mais passado do que futuro.
Quero é usufruir da vida, olhando pra frente e fazendo as minhas escolhas. Quando comecei a correr mal conseguia dar
alguns passos. Fiquei feliz quando consegui correr 5 quilômetros.
Não demorou muito pra realizar o sonho de correr a São Silvestre, a mais famosa corrida do país. A partir daí, não parei mais. Já corri as curtas, longas, muito lonas, e mais longas ainda. Em lugares exóticos, as mais famosas, as menos badaladas, com ursos no Alaska, elefantes na África, dormi em barracas nas montanhas, cruzei vulcões, enfrentei neve, sofri no deserto e aventurei-me por caminhos inesquecíveis. Conclui as tão desejadas “Majors”, maiores e mais famosas maratonas do mundo. No ano passado corri em todos os estados americanos e entrei no seleto clube “50statesmarathonclub”.
Sou movido a desafios, correr uma maratona em cada um dos 48 países da Europa, é uma ousada aventura que estou envolvido. Já estava com 18 deles feitos, quando a pandemia chegou e parou tudo.
Não sei até aonde posso ir, mas a corrida me transformou e faz o meu presente ficar cada vez mais presente ainda. Com o relógio biológico acelerando sem parar, a magia da corrida me surpreende a cada dia.
E ao ser homenageado com a Maratona Nilson Lima de Uberlândia como a única em nome de um corredor no país, sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupa displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
É assim que quero desfrutar de cada passada por aí. Sem muitas cerejas na bacia, quero sempre renovar minhas aventuras e seguir adiante por aí.