Um destes desafios era o sonho de correr a lendária Comrades, a mais famosa ultra do mundo, uma prova de 90k na cidade de Durban na África do Sul.
Em 2013, tomei a decisão e lá estava na linha de largada, ainda não acreditando que estava prestes a realizar este sonho. Gostei tanto da prova que todos os anos levo comigo muitos amigos, para sentir a mesma emoção.
A alegria e diversidade da população pelo percurso é o que mais me contagia. Os 90 quilômetros se transformam em 180 quilômetros de gente de um lado e outro da estrada do início ao fim.
Todo final de prova o mesmo ritual: exausto, claro, com um nó na garganta, e as lágrimas “fluindo” pelo rosto vendo a população presente aplaudindo.
A tradicional volta olímpica no estádio de futebol, interagindo emocionado com o público é a minha forma de agradecer.
Esta corrida é mágica para mim. Tanto pela diversidade e alegria da população, como pela nobre iniciativa de ações sociais promovidas pela prova. Orfanatos de crianças carentes são "custeadas" por ela.
Todos os anos, delegações de corredores de vários países, se programam com visitas e doações a estes orfanatos. Depois daquela primeira corrida em 2013, eu sabia que queria retornar, enquanto tivesse a capacidade de correr.
E neste próximo dia 28 de agosto, estarei lá pela 8ª vez. A pandemia interrompeu minha sequência consecutiva, com a não realização da prova durante dois anos.
Dessa vez, será ainda mais especial para mim. Programei para celebrar nesta prova mágica a minha maratona de número 300. Que seja eternizado este dia.