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Por que o dólar caiu?

Publicado em 17/04/2023 - 13:01 Por Fernando Agra
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Créditos da imagem: https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=OK7Oj0FR&id=AD7FD7CE3A699E9A4C2D231FAA9DAEBA49200BB4&thid=OIP.OK7Oj0FR4UymIJEnfK7ungHaED&mediaurl=https%3a%2f%2fcdn.guiadoinvestidor.com.br%2f2020%2f06%2fdolar-queda-baixa.jpg&cdnurl=https%3a%2f%2fth.b

No domingo, 16 de abril, eu participei, mais uma vez, de uma entrevista ao vivo no Band News TV, onde fiz um balanço da agenda econômica da semana 10 a 14 de abril de 2023 e analisei os fatores que contribuíram para a queda do dólar. Seguem os tópicos abordados de modo que o leitor (internauta) entenda como algumas variáveis macroeconômicas afetam o nosso dia a dia.

1 – Na terça-feira, 11 de abril foi divulgado o IPCA de março que foi de 0,71% no mês. Veio abaixo das expectativas do mercado que estimavam em 0,77%. Em março, 8 dos nove grupos tiveram alta. A principal alta foi da gasolina que subiu 8,33% no mês, devido a volta parcial da cobrança de alguns tributos. O impacto individual da gasolina foi de 0,39 ponto percentual no IPCA mensal, ou seja, respondeu por 55% da inflação oficial mensal. Saúde e cuidados pessoais também subiram por conta de reajustes de planos de saúde, artigos de residência também (puxados por aumentos na energia elétrica, mesmo com a bandeira verde atual). Um destaque ficou para a segunda queda consecutiva dos preços das passagens aéreas no setor de transportes;

 2 – Na quarta-feira, 12 de abril, foi divulgado o CPI do mês de março (Índice oficial de inflação ao consumidor, nos EUA), que subiu apenas 0,1%, também abaixo das expectativas de mercado, que esperava uma alta de 0,2%. Com isso, a inflação anual nos EUA recuou para 5% nos últimos 12 meses;

 Tanto IPCA aqui no Brasil quanto o CPI no EUA abaixo do esperado são sinais de que o aperto monetário pode diminuir, ou seja, de que a Taxa Selic aqui no Brasil possa começar a cair (não se sabe a partir de quando e qual o ritmo da queda), bem como o ciclo de alta da taxa de juros nos EUA esteja chegando ao fim e os especialistas esperam apenas mais uma alta de 0,25 ponto percentual agora no início de maio, até porque houve aumento também nos pedidos de desemprego lá (EUA) e na redução das vendas nos varejo. Sinais de que os efeitos da política monetária de juros altos está surtindo resultados no lado real da economia, de modo a desaquecê-la para combater a inflação. E na quinta-feira, 13 de abril, a inflação ao produtor (IPP – Índice de preços ao produtor) nos Estados Unidos apresentou queda no mês de março, da ordem de 0,5%. Tudo convergindo para o fim do ciclo de altas dos juros americanos e isso tem efeitos na economia mundial e por consequência, na economia brasileira;

 3 – Todos esses fatores supracitados contribuíram para queda na curva de juros (médio e longo prazos) aqui no Brasil, bem como a queda do dólar que fechou na sexta-feira, 14 de abril, a R$ 4,91, menor patamar dos últimos 10 meses. Nessa semana, a queda da moeda americana foi de 2,82%, em abril a queda já é de 3,04% e no ano é de 6,90%. Isso ajuda também a pressionar para menos a nossa inflação, uma vez que com o câmbio apreciado, ou seja, dólar mais baixo, as importações ficam mais baratas (tantos dos produtos finais como dos insumos necessários ao funcionamento da economia, que é o caso das commodities agrícolas, metálicas e energéticas);

 5 – A Bolsa encerrou a semana a pouco mais de 106 mil pontos, com alta de 4,35% na semana, zerando as perdas do ano;

6 – China apresentou dados de que a economia lá está aquecida, o que estimula nossas exportações, já que é o nosso maior parceiro comercial no mercado internacional. Ainda tivemos a vista do presidente lá para estreitar ainda mais os negócios, não somente com a China, mas com os Brics, onde se cogitou a criação de uma moeda única para as transações comerciais entre os membros dos BRIC´s (mas ainda é muito cedo para se concretizar uma ideia dessas);

Segue o link da entrevista: youtube.com