Aprendendo a investir no Tesouro Direto: opção para médio e longo prazos (parte 2)
Publicado em 09/06/2021 - 17:12 Por Fernando Agra
Caros leitores (internautas), neste artigo vamos concluir a nossa discussão sobre os investimentos no Tesouro Direto, destacando os custos e os riscos dessa aplicação financeira.
Uma vez realizado o cadastro do Tesouro Direto na instituição financeira escolhida, (no artigo da semana passada eu mencionei que a maioria dessas instituições não cobra taxa de administração), você já está apto para começar a realizar os seus investimentos.
O Tesouro Direto cobra uma taxa de custódia de 0,25%. Essa taxa é calculada sobre o saldo dos seus investimentos. Essa cobrança é realizada em duas etapas: a metade no primeiro dia útil de janeiro e a outra metade no primeiro dia útil de julho. É importante que o investidor acesse o site (ou aplicativo) do Tesouro Direto, faça o login e verifique, poucos dias antes da cobrança, o montante que ele terá que deixar na conta corrente. Desde agosto de 2020, o governo isentou os Títulos do Tesouro-Selic dessa cobrança para quem tem saldos de até R$ 10 mil nesse tipo de título. O investidor pode e deve acompanhar regularmente a sua página no Tesouro Direto. Lá há cada operação realizada, em detalhes.
Outro custo que existe é com relação ao imposto de renda que incide sobre os rendimentos. Esse imposto é regressivo e segue a seguinte regra: para investimentos até 180 dias, a alíquota é de 22,5%. De 181 a 360 dias, a alíquota cai para 20%. De 361 até 720 dias, a alíquota é de 17,5% e após 720 dias, a alíquota cai para 15 %, ou seja, quanto mais tempo o seu dinheiro ficar aplicado, menos você pagará de imposto de renda. A cobrança somente ocorre quando o investidor realiza o resgate e a tributação é na própria fonte, isto é, o investidor receberá em sua conta corrente, o montante líquido.
Com relação aos riscos, muitas pessoas ainda se preocupam com uma moratória, ou seja, com uma suspensão dos pagamentos dos títulos quando o investidor resolver resgatá-lo. De acordo com especialistas, essa é uma possibilidade muito remota e os títulos públicos são considerados aplicações financeiras muito seguras, garantidas pelo Tesouro Nacional. Outro risco é o que eu já havia comentado no artigo da semana passada, que é a “marcação à mercado”. Esta significa que os preços dos títulos sofrem oscilações entre o momento da compra e o vencimento. Com isso, o ideal é carregar o título até o vencimento ou evitar resgatar pouco tempo após a realização do investimento, pois poderá receber um montante a menor. Essa é uma das razões que justifica a escolha do Tesouro Direto com investimentos para médios e longo prazos, mesmo sabendo que os títulos públicos possuem liquidez diária e podem ser resgatados a qualquer momento.
Enfim, o importante é que o investidor acesse o site do Tesouro Direto (www.tesourodireto.com.br), estude sobre o mesmo para saber se aplicações em títulos públicos estão dentro do seu perfil antes de começar a investir. E tem mais, aconselho a construir reservas de emergências e de oportunidades em CDB´s pós-fixados com liquidez diária, LCI´s e LCA´s pós-fixadas com carência máxima de 90 dias de bancos digitais, que, em geral remuneram mais do que os bancos tradicionais. Essas aplicações pós-fixadas não correm riscos de marcação à mercado. E por fim, também aconselho o investidor a sempre acompanhar a conjuntura sócio-político-econômica nos diversos meios de comunicação, pois tais influenciam o comportamento das taxas de juros e por consequência, das aplicações financeiras.
O importante, como sempre digo, é ter bons hábitos de educação financeira, gastar menos do que se ganha e poupar regulamente para acumular e usufruir de patrimônio financeiro ao longo da vida. E especificamente, nesses dois artigos, o Tesouro Direto é uma possibilidade para os nossos objetivos de médio e longo prazos. Abraços e até o próximo artigo.