Sobre crenças limitantes
Publicado em 27/07/2021 - 03:58 Por Daniela Pesconi-ArthurPessoal, os sérios que me desculpem, mas hoje tem devaneio. Dos grandes.
E dos “brabos”.
Nessas últimas semanas tenho me dedicado bastante aos estudos. Nao lembro se já contei aqui, mas no começo da pandemia, fazendo home office e não desperdiçando o tempo de ir e vir ao trabalho, e tendo um volume de trabalho bem menor devido à mudança das aulas para o online, eu decidi finalmente dar um passo em direção a uma mudança de carreira. E de vida. Me matriculei em um curso para me tornar hipnoterapeuta.
Mas daí, como sempre - e ela nunca falha, né? - a vida aconteceu. Doença na família, morte da família, a repetição da dor de perder a mãe (dessa vez, a sogra), e no meio do caminho uma mudança de emprego mais do que bem vinda e tão ansiada. E com essa mudança, veio a correria e o aumento significativo do volume e intensidade do trabalho.
E o cansaço. Daqueles de quando a gente acaba de sair da academia e só pensa em pegar um mojito e sentar na beira da piscina, ou do mar! Depois de um dia de trabalho, meu cérebro se recusava a ler qualquer coisa que precisasse de total atenção. E eu acabava mesmo era indo descansar a cabeça assistindo Suits ou Outlander, minhas séries favoritas. Claro que estudar era a última coisa que passava pela minha cabeça, né?
Mas, não vou aqui ficar me justificando porque não tenho mais idade pra isso. Aliás, é um pouco sobre isso mesmo que eu quero falar.
Durante esse tempo em que fiquei bem devagar nos estudos, não pensem vocês que fiquei “de boas” não. Pelo contrário. Era uma agonia diária, uma cobrança por não estar fazendo direito o que havia me comprometido a fazer. Tinha dias que nem o Jamie Fraser conseguia me fazer parar de pensar que eu estava “fugindo das minhas obrigações''.
Quem aí já sentiu na pele o quanto a nossa mente pode ser a nossa maior inimiga? Aqui pra mim o relacionamento entre eu e eu mesma ia mais ou menos assim:
Mente: “Mas você vai assistir TV de novo?”
Eu: “Mas, pôxa, eu trabalhei bastante o dia inteirinho. Só parei pra almoçar!”
Mente: “E daí, você não quer ser sua própria chefe (voz de deboche)?”
Eu: “Quero, e muito, mas meu cérebro não aguenta mais nada hoje.”
Mente: "Então fica aí. Fica aí assistindo TV. Já tô vendo você não terminar esse curso, como já fez com tanta coisa na sua vida.”
E assim seguíamos, meu cérebro cansado, e minha mente acabando comigo. E o pior é que nesse diálogo, minha mente acabava lembrando de coisas laaaaaaa de muitos anos atrás. E me servia de bandeja, com uma voz irritante e cruel, como uma playlist do Spotify no repeat (pra não me colocar em saia justa aqui, tente imaginar o gênero de música que você mais detesta, tocando no repeat na sua cabeça).
Pois essa playlist se repetia, tentando me fazer acreditar que eu não era:
Comprometida o suficiente;
Inteligente o suficiente;
Esforçada o suficiente;
Competente o suficiente.
Mente: “Mas como assim, não consegue trabalhar e estudar?? E cuidar da casa? E dar atenção pro marido? E cuidar do cachorro? Afff… deixa de ser fraca, mulher!”
Como eu disse ali acima, a nossa mente pode ser nossa pior inimiga.
Isso acontece com você? Pois deixa eu te contar um segredo: eu sei que acontece. E isso é absolutamente normal.
Esses diálogos cruéis e insanos podem vir de você mesmo(a), com as experiências que você teve na vida, mas também podem ter vindo de muito tempo atrás, de seus pais, escola, amigos ou, mais recentemente, da mídia.
A questão é que eles fazem parte do seu condicionamento. Queiramos ou não, acumulamos essas mensagens/crenças ao longo da nossa vida. E tudo bem. Saber que elas existem e entender o que elas podem fazer com a gente, com a nossa autoestima, já é o primeiro passo pra aprender a lidar com elas - ou se livrar delas de vez!
Mas o que é condicionamento?
Para explicar isso, pega outro café e deixa eu te contar uma história. Eu disse que o papo hoje ia ser longo, não disse?
Eu nunca fui o que se pode chamar de “melhor aluna da sala”. Alias, se tiver algum ex-professor meu de colégio ou colegial lendo essa coluna, de quem eu alguma vez atrapalhei a aula, por favor me desculpe. Foi realmente só uma fase.
Sempre me lembro do meu pai dizendo, ao deixar minhas irmãs e eu na escola: “preste atenção aos professores, para não ter que estudar muito em casa”. Estudar em casa não era minha coisa favorita a fazer, então eu seguia o seu conselho (na maioria das vezes!).
Aos 23 anos já tinha começado o meu terceiro curso universitário, todos os três na federal (UFU). Não terminei os dois primeiros cursos, e adivinhem de onde vem o condicionamento que falei ali acima:
Para quem não gostava muito de estudar, passar numa federal três vezes foi uma grande conquista. AGORA eu sei disso. Na época, porém, atribuí à sorte. Também atribuí à sorte muitas outras conquistas: alguns empregos que eu tive, pessoas que eu conheci, ser aceita em um programa de mestrado em um idioma que não é o meu.
Realizar coisas que eu queria depois de me esforçar e ir atrás delas não foi sorte. Eu me permiti acreditar que era por muito, muito tempo. Mas por que eu acredito nisso? Porque fui condicionada a pensar que tudo que deu certo na minha vida foi “apenas sorte”. Ou por não acreditar na minha capacidade, ou por ouvir de outras pessoas “Nossa, como você é sortuda!" e acreditar que era isso mesmo.
Não deixe isso acontecer com você! Certifique-se de transformar o seu diálogo interno, irritante e cruel, em algo positivo e que aumente sua confiança.
Aqui estão alguns exemplos de coisas que você pode estar dizendo pra você mesmo(a):
Sobre você:
“Eu não sou bom o suficiente.”
“Não sou bonita / magra o suficiente.”
“Eu sou muito velho / muito jovem.”
“Eu não sou inteligente o suficiente.”
“Eu não tenho tempo / dinheiro suficiente.”
Sobre dinheiro:
“Você tem que trabalhar muito para conseguir dinheiro.”
“Pessoas ricas são gananciosas / más / infelizes / etc.”
“Minha família nunca teve dinheiro / Ser pobre está na nossa família.”
“O dinheiro só causa brigas por dinheiro.”
“Não sou bom com dinheiro.”
“Estou sempre falido. Nunca vou ganhar dinheiro suficiente.”
Sobre o amor:
“Eu não mereço ser amado.”
“Nunca vou encontrar outro parceiro.”
“O amor é muito doloroso. Eu vou me machucar novamente.”
“Sou muito estúpido / gordo / feio para ser amado.”
“Todos os homens / mulheres estão trapaceando / maldosos / violentos / rainhas do drama / etc.”
Sobre carreira e negócios:
“A economia está ruim.”
“Não tenho credenciais suficientes.”
“Não tenho experiência suficiente.”
“Não sou bom em vendas / marketing / com números / etc.’
O lance é: como é que você vai calar a boca dessa mente mequetrefe que vive te deixando pra baixo? Ou melhor ainda, como é que você vai ensiná-la a ser mais gentil e bem-educada?
Identificar e reconhecer suas crenças limitantes é o primeiro passo para retomar seu próprio poder. A culpa pode mantê-lo preso por anos e, com o tempo, corrói sua auto-estima e pode até mesmo fazer com que você retroceda.
Escrever em um diário pode ser uma ferramenta poderosa para te ajudar a entender e derrubar as crenças limitantes que orientam seu pensamento e suas ações. Simplesmente pergunte a si mesmo(a): “Por que não é possível para mim realizar meus sonhos?” e deixe seus pensamentos fluírem no papel. Quanto mais você questiona seu pensamento, mais você é capaz de chegar até suas crenças limitantes mais profundas.
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Me conta nos comentários qual é a crença limitante que você precisa apagar hoje?
Se quiser continuar o papo, já sabe onde me encontrar: AQUI ou AQUI
Beijão e inté!
Dani